03 novembro 2011

Maconha, qual é o risco?

Por: Fernando Falabella Tavares de Lima

Nos últimos meses, muito se tem falado a respeito do uso de drogas. Esta discussão pode ser muito esclarecedora e, portanto, importante para a comunidade, servindo como um alerta. Contudo, a maconha vem sendo colocada de maneira comparativa a outras drogas (inclusive lícitas) como menos grave. Este texto tem como objetivo aprofundar esse assunto, de forma clara e sem preconceitos. Toda a discussão que está sendo ventilada pela mídia compara tipos diferentes de drogas psicotrópicas, que nem ao menos pertencem ao mesmo grupo. Por exemplo: enquanto a maconha é uma droga perturbadora do sistema nervoso central, o álcool é uma depressora, e a nicotina, contida nos cigarros, é estimulante. Será que podemos comparar coisas que causam efeitos tão diferentes sobre o organismo? A resposta é difícil: podemos estabelecer as comparações, mas temos que estar atentos para todas as nuances desta discussão. Não estamos falando da mesma "família" de drogas, cada uma possui as suas especificidades.
Sendo a maconha uma droga perturbadora do sistema nervoso central, conforme a quantidade e pureza, podemos observar efeitos alucinatórios em seus usuários. Neste ponto, temos que avaliar que, quando fumada em cigarros, os ditos baseados, a droga é obtida a partir de uma planta, a "cannabis". É lógico que sua concentração será diferente de uma planta para outra. A substância química que tem o "poder" de causar alucinações, presente na maconha, chama-se THC (Tetra-Hidro-Canabinol), e nem sempre tem o mesmo efeito em todas as pessoas. Parte dos usuários não apresentam fortes alucinações, como ocorre por exemplo, com outros alucinógenos, como o LSD.
Porém, os debates nacionais não vêm discutindo com seriedade o uso de drogas, ante a importância do papel que representa em nossa cultura. Estamos vivendo numa sociedade bastante permissiva ao uso da maconha. Essa "cultura pró-maconha", muitas vezes justifica-se sob o argumento de que há drogas legalizadas que são "piores", como o álcool. Isso pode ser verdade, contudo, não podemos achar que o uso contínuo deste alucinógeno não cause problemas.
Um dos efeitos mais sérios e comuns do uso da maconha é a desorientação espaço-temporal. A pessoa, sob efeito da droga, pode perder a noção de tempo e espaço, confundindo por exemplo, uma hora com dez minutos, ou dez metros com dois. Este fato é extremamente perigoso, se pensarmos que se pode estar operando uma máquina perigosa ou dirigindo um automóvel, logo colocando em risco a própria saúde e a dos outros.
Outro detalhe, não menos importante, é a dificuldade de concentração e memória que o usuário pode sofrer. Evidentemente, este efeito vai interferir no rendimento escolar e na produtividade deste indivíduo. Assim, um dos modos de se observar se um parente ou alguém próximo está usando drogas, é estar atento para as bruscas alterações de padrão de produtividade nos estudos ou no trabalho. É verdade que muitos conseguem permanecer longos anos usando maconha, sem ter nenhum tipo de "perda".
Há ainda um aspecto que poucos conhecem sobre as drogas alucinógenas. Como o nome diz, elas podem induzir estados de alucinações, muito próximos dos estados considerados, vulgarmente, como "loucura". Caso a pessoa tenha um predisposição para algum tipo de distúrbio psicótico, o uso de maconha pode "empurrar" a pessoa para esta "loucura" e não ter a oportunidade de volta, passado o efeito. Assim, algumas pessoas podem entrar num quadro de "psicose canábica".
A maconha, por ser "fumada", pode causar, desde irritações das vias aéreas até, em alguns casos, risco de tumores. O "cigarro" de maconha, o baseado, não possui filtro, como os cigarros comuns; além disso, a droga não recebe nenhum tipo de tratamento químico, tendo assim muitas impurezas, como fungos, que facilitam estas complicações...
Não há dúvida de que o usuário de maconha não seja necessariamente um marginal. Assim, mais do que ser preso, ele pode estar precisando de tratamento e orientação. Antes de discutirmos a legalização, nosso País precisa ter um sistema de saúde que tenha condições de auxiliar os dependentes de drogas. Precisamos de leitos para internação em casos extremos, por exemplo. Enfim, o debate é fundamental, para que a sociedade esteja informada sobre os riscos da maconha e passe a tratá-la com a seriedade que necessita. Certamente, não estamos falando de uma "bomba nuclear" mas, não podemos perder o "respeito", pois os problemas decorrentes de seu uso são evidentes e comprovados.
Certamente, as questões relacionadas ao uso de entorpecentes são polêmicas. Não há dúvida de que fazem mal à saúde. Para superarmos a "cultura pró-maconha", é preciso discutir, informar. Essa é uma tarefa que deve ser feita, claro, pela família; assim como pelas empresas, pelas escolas (públicas e particulares), pois certamente, a desinformação tem que ser combatida. É fundamental trabalharmos na prevenção, que ainda é, sem sombra de dúvida, o melhor caminho!!!
http://www.drogas.psc.br/artigos.htm
fernando@drogas.psc.br

2 comentários:

Gabriel disse...

Sim. Nossa geração tem mais informação que sua, Tio.

Veja http://noticias.r7.com/internacional/noticias/metade-dos-americanos-quer-legalizar-a-maconha-20111018.html

Anônimo disse...

Meu caro Gabriel, é uma pena que pense assim, e não quero pensar que seja tão pequena a sua mentalidade deviduo o uso deste "entorpecente",mas caso queira mais alguns argumentos debateremos,não é atoa que este entorpecente não esta legalizado.
Mas uma coisa ela causa impotecia sexual...

Os malefícios da Maconha

"A maconha reduz a defesa das pessoas às doenças. E mesmo consumida em doses mínimas, pode prejudicar a capacidade de dirigir, pois ataca a concentração, atenção e juízo dos motoristas, diminuindo as faculdades de percepção e movimento. A probabilidade de que os usuários experimentam outras drogas é grande. Entre elas o haxixe, alucinógenos, anfetaminas, barbitúricos e heroína. Apesar de por si só não levar às demais a maconha age como ponte. A maconha associada ao álcool prejudica física e psicologicamente. Um mal que ataca milhares de pessoas em todo o mundo. É muito difícil que o consumo de maconha seja legalizado. Porque junto com tabaco (fumo) e álcool, corre-se o risco de se criar uma sociedade de doentes físicos e mentas."

Efeitos
Os efeitos causados pelo consumo da maconha, bem como a sua intensidade, são os mais variáveis e estão intimamente ligados à dose utilizada, à concentração de THC na erva consumida e à reação do organismo do consumidor com a presença da droga.

Os efeitos físicos mais freqüentes são avermelhamento dos olhos, ressecamento da boca e taquicardia (elevação dos batimentos cardíacos, que sobem de 60 - 80 por minuto para 120 - 140 batidas por minuto).

Com o uso contínuo, alguns órgãos como o pulmão passam a ser afetados mais seriamente pela maconha. Devido à contínua exposição com a fumaça tóxica da droga, o sistema respiratório do usuário começa a apresentar problemas como bronquite e perda da capacidade respiratória. Além disso, por absorver uma quantidade considerável de alcatrão, presente na fumaça de maconha, os usuários da droga estão mais sujeitos a desenvolver o câncer de pulmão.

O consumo de maconha também diminui a produção de testosterona. A testosterona é um hormônio masculino que é responsável, entre outras coisas, pela produção de espermatozóides. Portanto, com a diminuição da quantidade de testosterona, o homem que consome continuamente maconha apresenta uma capacidade reprodutiva menor.

Os efeitos psíquicos são os mais variados, sendo que a sua manifestação depende do organismo e das características da erva consumida. As sensações mais comuns são um bem-estar inicial, relaxamento, calma e vontade de rir. Pode-se sentir angústia, desespero, pânico e letargia. Ocorre ainda uma perda da noção do tempo e espaço além de um prejuízo na memória e latente falta de atenção.

Em um longo prazo, o consumo de maconha pode reduzir a capacidade de aprendizado e memorização além de passar a apresentar uma falta de motivação para desempenhar as tarefas mais simples do cotidiano.