30 março 2011

Deputado quer colocar publicidade em fardas da polícia no Rio de Janeiro

A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro votará nesta quarta-feira (30) um projeto de lei que autoriza a veiculação de anúncios publicitários nos uniformes e fardas utilizadas pelas forças policiais do Estado. A proposição é do deputado estadual Wagner Montes (PDT-RJ) e, se aprovada, vai contemplar as polícias Civil, Militar, oficiais do Corpo de Bombeiros e agentes do Departamento do Sistema Penitenciário (Desipe). O servidor que utilizar a roupa patrocinada receberia meio salário mínimo (R$ 272,5) a mais.
“Diante da impossibilidade financeira do Estado em conceder melhoria salarial digna aos membros dos órgãos de segurança e da necessidade de que ela ocorra, apresento esta proposição que permitirá que empresas tenham sua logomarca aplicada nos uniformes/fardamento dos órgãos de segurança, e em contrapartida participarão com verba que irá diretamente para os servidores”, argumenta o deputado no texto do projeto.
Montes explica que as empresas interessadas poderiam adotar uma ou mais unidades de cada órgão de segurança. Cada unidade policial teria um anunciante específico e o valor do patrocínio seria calculado da seguinte forma: meio salário mínimo regional multiplicado pelo número de servidores de um determinado batalhão ou delegacia. A verba complementaria o salário do servidor de forma integral e constaria nos respectivos contracheques.
De acordo com o projeto de lei, somente “empresas que em sua atividade fim coadunem com o bem-estar da sociedade fluminense” teriam direito a estampar suas marcas nos uniformes e fardas. Em caso de operações conjuntas, considerando a possibilidade de um patrocinador específico para cada unidade policial, ocorreria uma situação inusitada: a exibição de várias marcas.
A Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro ainda não se manifestou a respeito da proposta.
Hanrrikson de Andrade
Especial para o UOL Notícias

ACIDENTE ENVOLVENDO 3 VEICULOS VITIMA DELEGADA


Delegada é salva por Air Bag e Cinto de Segurança

Acidente ocorrido 29/mar/2011, na MS-376, Fátima do Sul/Vicentina  envolvendo 3 veículo um Honda Fit com placas HTJ 3963 de Jateí conduzido por Nádia de Souza Rodrigues, de 35 anos delegada titular da Delegacia da Mulher de Fátima do Sul.
Toyota Hylux prata com placas AOF 2436 de Fátima, ocupado por Sebastião Lemes Bueno, e um Santana cinza, com placas HRA 4580, ocupado por Francisco Pereira de Lima.
O acidente deixou os ocupantes de todos os veículos feridos sendo que o da Hylux e do Santana com pouca gravidade.
Já a Delegada Nadia Rodrigues condutora do Honda Fit ficou presa as ferragens por mais de 1hs, os Bombeiros tiveram grande dificuldade para retirar as ferragens da Delegada que estava com suspeita de fratura nos membros superiores e inferiores e muitos cortes principalmente na região da face.
A Delegada só se salvou porque estava usando o cinto de segurança e o acionamento do Air Bag do Honda.
A Delegada foi o tempo todo assistida por médicos de Jatei e Vicentina enquanto era socorrida por guarnições de Bombeiros de Fátima do Sul e de Dourados.
Nadia Rodrigues foi encaminhada por uma VTR do Samu para hospital de Dourados e não corre risco de morte.

29 março 2011

O preço de uma vida: Bombeiro em estado grave após tentar salvar vidas


Está em estado grave o bombeiro que tentou salvar trabalhador em beneficiadora de arroz

LUCIANA MENOLI / Redação DS 

O soldado CBM Valmir foi transferido para Cuiabá, por meio de transporte aéreo, no final da tarde de ontem e seu estado é considerado grave. Desacordado e respirando com ajuda de aparelhos, ele foi transportado em uma ambulância do hospital em que se encontrava na UTI até o aeroporto tangaraense, de onde seguiu para a capital.

O bombeiro passou mal na manhã de ontem, quando tentava resgatar trabalhadores de uma empresa de beneficiamento de grãos, localizada na MT-358, saída para Cuiabá. No momento em que desceu no fosso, que tem de 10 a 12 metros de profundidade, ele passou mal devido aos gases contidos no local, que atingiram os funcionários que foram fazer a limpeza do fosso. No fosso havia cerca de 80 cm de água. O bombeiro desmaiou e caiu de bruços, ficando cerca de cinco minutos submerso, até que um colega de farda, com equipamento apropriado o retirou do local, desacordado, segundo a Polícia Militar, que auxiliou no resgate às vítimas do acidente.

Valmir, tanto ingeriu quanto inalou muita água fermentada pela soja, que é beneficiada no local. Ele recebeu atendimento no local, foi reanimado e partiu para a UMS, de onde foi liberado. Já em casa, teve duas paradas cardíacas, sendo novamente reanimado e internado na UTI do hospital particular conveniado ao SUS em Tangará. Porém, informações da própria corporação dão conta que seu estado é grave e que a família achou por bem transferi-lo para Cuiabá.

O ACIDENTE – Por volta das 10h20 de ontem, os serviços de segurança e emergência de Tangará foram acionados para atender a um acidente na Fazenda Líder I, na Gleba Aurora, numa beneficiadora de cereais. Ivanilson Magalhães de Souza, 24, Jaciel Badin Silveira, 42, e Reinaldo Rodrigues de Souza, 32, teriam descido a um fosso (um elevador de soja), que estaria com muita água acumulada, para proceder à limpeza. Chegando na base do fosso, de mais de 10 metros de profundidade, os trabalhadores passaram mal ao inalar o gás formado pela fermentação do cereal em contato com a água. Ivanilson conseguiu sair, mas Jaciel e Reinaldo ficaram presos.

O Corpo de Bombeiros chegou rapidamente ao local e iniciou a operação de resgate, onde o sd. Valmir desceu e passou mal. Neste momento, chegou outra equipe do CBM e o cabo Silveni, com máscara e cilindro de oxigênio desceu, resgatando Valmir, primeiramente, pois era o que se encontrava em estado mais grave.

Jaciel, debatendo-se pelo nervosismo e já fora de si, acabou arrancando a máscara de Silveni, que também ficou tonto, porém , conseguiu proceder ao resgate de Jaciel e de Reinaldo, o último a ser retirado. Por ter inalado os gases, o cabo bombeiro também recebeu atendimento médico. Todos receberam os socorros iniciais e depois foram encaminhados para a UMS e encontram-se fora de perigo. Corre risco ainda, infelizmente, o sd Valmir, que no cumprimento de seu dever (de salvar vidas) também se transformou numa vítima deste acidente.

Fonte: Diário da SerraDiario da Serra

26 março 2011

Crime organizado está infiltrado na política, diz delegado-geral de São Paulo

São Paulo – O delegado-geral da Polícia Civil do Estado de São Paulo, Marcos Carneiro Lima, afirmou hoje (24) que um novo desafio está surgindo no combate ao crime organizado. Segundo ele, quadrilhas estão cada vez mais se infiltrando na política e ganhando espaço na estrutura de governos do Brasil.

Lima disse que alguns crimes registrados em São Paulo, nos últimos meses, demonstram esse fenômeno. O chefe da Polícia Civil paulista afirmou que o assassinato do prefeito de Jandira, Braz Paschoalin, em dezembro, é exemplo claro da entrada do crime no meio político.

“A morte do prefeito de Jandira é a ponta do iceberg”, afirmou Lima, durante um debate sobre segurança pública na capital paulista. “O crime organizado está entrando no Estado por meio da política.”

O delegado citou também a prisão de um candidato a deputado federal por São Paulo, por suspeitas de envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Claudinei Alves dos Santos foi preso em setembro, pouco antes das eleições.

“Isso (a prisão de Claudinei) foi detectado a 30 quilômetros da Praça da Sé [região central de São Paulo]. É muito preocupante que isso possa estar ocorrendo em outras regiões do Brasil, onde não há um efeito da polícia tão grande coibindo esse tipo de ação”, afirmou.

Segundo o delegado, o combate ao envolvimento do crime com a política depende de um trabalho conjunto de vários órgãos. De acordo com Marcos Lima, em São Paulo, o Ministério Público (MP) tem colaborado com essas investigações. “Não é a Polícia Civil isolada, a Polícia Militar isolada ou o MP isolado. Os três juntos vão combater o crime organizado, cada vez mais ousado e grave”.
fonte: Agência Brasil
http://policialbr.com/profiles/blogs/crime-organizado-esta?xg_source=msg_mes_network
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25 março 2011

Lista de guerrilheiros do Araguaia. NA MINHA OPINIÃO TERRORISTAS

LISTA ABAIXO DO VIDEO

A lista reúne os integrantes conhecidos da Guerrilha do Araguaia. Nos parênteses os codinomes pelo quais eram conhecidos, batizados pela guerrilha ou dados pelos moradores da região.

* João Amazonas (Velho Cid) - integrante do PCB desde a década de 1930 e um dos fundadores e secretário-geral do PCdoB, era o teólogo da guerrilha, e responsável pela ligação entre os guerrilheiros na selva e a direção em São Paulo. Entrou e saiu diversas vezes na área do Araguaia durante o período, transportando militantes, dinheiro e orientações políticas, indo para o exílio na Albânia após o aumento da repressão militar na área, que impediu sua movimentação. Voltou ao Brasil após a Anistia e morreu aos 90 anos, em 2002.
* Elza Monnerat (Dona Maria) - integrante da direção do PCB, fazia com Amazonas a ligação entre o Araguaia e o sul do país. Responsável pelo transporte de diversos militantes até o local da guerrilha e uma das primeiras a se instalar no Araguaia, durante os preparativos para a criação do núcleo guerrilheiro, voltou à clandestinidade urbana após o aumento da repressão militar na área, que a impediu de retornar à região do conflito, como Amazonas. Presa em fins de 1976 e libertada com a Anistia, morreu em 2004.
* Maurício Grabois (Mário) - Membro da cúpula do PCdoB, integrante da Comissão Militar do Partido e comandante-em-chefe dos guerrilheiros do Araguaia. Foi morto numa emboscada na selva em dezembro de 1973. Seu corpo nunca foi encontrado e sua morte jamais admitida pelo Exército. É dado como desaparecido.
* Ângelo Arroyo (Joaquim) - membro da cúpula do PCdoB e militante comunista desde 1945, foi um dos líderes da guerrilha, integrante da Comissão Militar. Foi um dos dois únicos guerrilheiros que escaparam vivos do Araguaia, depois da última campanha militar que exterminou a guerrilha, fugindo a pé para o Piauí atravessando a selva e dali para São Paulo. Foi fuzilado em dezembro de 1976 por agentes do Doi-Codi numa casa no bairro da Lapa, em São Paulo, onde se realizava uma reunião do Comitê Central do PCdoB, no episódio conhecido como Chacina da Lapa.
* Osvaldo Orlando da Costa (Osvaldão) - o mais carismático e temido guerrilheiro do Araguaia, negro, forte, 1,98 m e ex-campeão carioca de boxe, considerado mítico pelos moradores do Araguaia, foi morto num encontro com uma patrulha militar em janeiro de 1974. Seu corpo foi pendurado num helicóptero e mostrado em sobrevoo pelos povoados da região. Decapitado, foi enterrado em lugar desconhecido. É considerado desaparecido político.
* Líbero Castiglia (Joca) - Italiano, foi o único estrangeiro que participou da guerrilha. Com treinamento militar na China, era ligado ao Destacamento A e fazia a segurança da comissão militar da guerrilha. Foi um dos primeiros militantes a chegar à região do Araguaia. É dado como desaparecido desde o ataque do exército ao comando guerilheiro, no Natal de 1973.
* André Grabois (Zé Carlos) - Filho de Maurício Grabois e vivendo na clandestinidade desde os 17 anos por causa da perseguição ao pai, foi comandante do destacamento A da guerrilha. Morreu em combate junto a outros três guerrilheiros, durante tiroteio com patrulha do exército em outubro de 1973, após caçarem porcos-do-mato. Seu corpo nunca foi encontrado, é dado como desaparecido.
* Bergson Gurjão Farias (Jorge) - Ex-estudante de Química da Universidade Federal do Ceará, e sub-comandante do Destacamento C da guerrilha, sob o codinome de 'Jorge', foi o primeiro guerrilheiro a ser morto em combate no Araguaia. Ferido a tiros de metralhadora numa emboscada, foi morto a golpes de baioneta dias depois numa instalação militar de Marabá em maio de 1972. Dado como desaparecido politico por trinta anos, seus ossos foram identificados por exames de DNA em 2009, após exumação do cemitério de Xambioá.
* João Carlos Haas Sobrinho (Dr. Juca) - médico formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, chegou ao Araguaia vindo do Maranhão onde morou com alguns dos principais líderes da guerrilha e atendia a população. Respeitado pelos caboclos locais pelo auxílio que prestava na área da saúde de Marabá e Xambioá, o comandante médico-militar foi morto em combate em 30 de setembro de 1972. Seu corpo nunca foi encontrado e é dado como desaparecido político.
* Dinalva Oliveira Teixeira (Dina) - Geóloga formada pela Universidade Federal da Bahia, popular no Araguaia como parteira e temida pelos militares pela coragem física e por ser exímia atiradora, foi a mais famosa das guerrilheiras, lendária entre os moradores da região. Única mulher a ser sub-comandante de destacamento de combate, foi presa já no fim da guerrilha, em julho de 1974, e assassinada a tiros por agentes militares do CIEx. Seu corpo nunca foi encontrado e é dada como desaparecida.
* Helenira Resende (Fátima) - ex-estudante de Filosofia da USP e vice-presidente da UNE, no Araguaia conquistou o respeito dos demais pela coragem física e determinação. Morreu em combate em setembro de 1972, metralhada nas pernas em troca de tiros com soldados do exército e morta à baioneta depois. O respeito que gozava no meio dos companheiros fez com que a partir de sua morte um dos destacamentos da guerrilha passasse a ter o seu nome.
* Micheas Gomes de Almeida (Zezinho) - Filho de camponeses, ex-operário e veterano comunista, é o único guerrilheiro sobrevivente do Araguaia a nunca ter sido preso. Melhor guia e conhecedor da selva entre todos os guerrilheiros, fugiu da região guiando Ângelo Arroyo até o Maranhão, durante os últimos dias de aniquilamento da guerrilha. Vivendo com identidade trocada e anônimo em São Paulo por mais de 20 anos, dado como desaparecido, reapareceu nos anos 90. Mora em Goiás.
* Maria Lúcia Petit (Maria) - ex-professora primária, participou da guerrilha com os irmãos mais velhos. Morta em junho de 1972 numa emboscada, seus restos mortais foram identificados em 1996. Junto com Bergson Gurjão, são os dois únicos guerrilheiros mortos e identificados posteriormente. Foi enterrada em Bauru, São Paulo.
* Dinaelza Santana Coqueiro (Mariadina) - ex-estudante de Geografia da PUC de Salvador, chegou o Araguaia em 1971 com o marido, Vandick Coqueiro e Luzia Reis. Integrante do destacamento C, foi executada por agentes do CIEx em abril de 1974, após ser vista presa na base de Xambioá. É dada como desaparecida.
* José Genoino (Geraldo) - Membro do PCdoB desde 1966, com 20 anos, ex- presidente do Diretório Central dos Estudantes daUniversidade Federal do Ceará, chegou ao Araguaia em 1970. Foi um dos primeiros presos pela ofensiva militar na área, um 1972. Foi torturado e cumpriu pena até 1977. Tornou-se o nome mais conhecido da guerrilha nos anos seguintes, elegendo-se deputado federal diversas vezes pelo Partido dos Trabalhadores. Casou-se com a guerrilheira Rioko Kayano, a quem conheceu na prisão.
* Luzia Reis (Baianinha) - ex- militante do movimento estudantil de Salvador, chegou ao Araguaia em janeiro de 1972 e fez parte do destacamento C. Primeira guerrilheira a ser presa, após uma emboscada, foi torturada na base de Xambioá e transferida para Brasília, onde cumpriu dez meses de prisão. Solta, abandonou a militância e o Partido. Vive em Salvador, aposentada do serviço público.
* Glênio Sá (Glênio) - Ex-aluno de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, chegou à guerrilha em 1970 e foi preso em 1972, traído por um camponês, depois de dois meses perdido na mata, após um tiroteio. Morreu em 26 de julho de 1990 num acidente de automóvel, quando fazia campanha para o senado no Rio Grande do Norte.
* Suely Kanayama (Chica) - Ex-estudante da Letras na USP, baixinha e magrinha, chegou ao Araguaia em fins de 1971 e passou a integrar o Destacamento B. Apesar da frágil compleição física, foi das que mais se adaptou à vida na selva e uma das últimas guerrilheiras a morrer. Audaciosa e com treinamento de tiro e sobrevivência na selva, cercada por uma patrulha do exército no início de 1974 recusou rendição, atirou ferindo um policial e morreu metralhada por mais de 100 tiros, fato que chocou até integrantes do Exército. Consta como desaparecida política.
* Lúcia Maria de Souza (Sônia) - ex-estudante da Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, deixou o curso no 4º ano devido às atividades políticas e entrou na clandestinidade. Participante do destacamento A, o episódio de sua morte é o mais célebre da história da guerrilha, onde feriu dois oficiais do exército antes de morrer, um deles o notório Major Curió. É oficialmente desaparecida política.
* Adriano Fonseca Filho (Chico) - ex-estudante de Filosofia da UFRJ, chegou ao Araguaia em abril de 1972. Integrante do Destacamento B, foi morto a tiros por mateiros de patrulhas do exército em 3 de dezembro de 1973, na última fase das operaçãos militares, quando caçava jabutis na mata para alimentação. Foi decapitado e enterrado em local desconhecido. Permanece como desparecido político.
* Luiza Garlippe (Tuca) - ex-enfermeira doHospital das Clínicas, chegou no Araguaia com o companheiro Pedro Alexandrino (Peri). Integrou-se ao Destacamento B, na área da Gameleira e substituiu João Carlos Haas Sobrinho depois da morte deste, como comandante-médica. Presa em julho de 1974 junto com 'Dina', foi executada a tiros pelo CIEx.
* Criméia Schmidt de Almeida (Alice) - ex-estudante de enfermagem da UFRJ, foi para o Araguaia em 1969 onde tornou-se companheira de André Grabois, comandante do Destacamento A. Engravidou em 1972 e com problemas na gestação foi levada para São Paulo. Presa na cidade em dezembro, foi torturada e teve o filho no Hospital do Exército, em Brasília. Hoje participa da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos.
* Jaime Petit - engenheiro e irmão mais velho da família Petit, foi morto em combate em dezembro de 1973. Decapitado, seu corpo nunca foi encontrado. É dado como desaparecido político.
* Lúcio Petit (Beto) - engenheiro e irmão do meio da família guerrilheira Petit, foi preso durante a aniquilação final da guerrilha no começo de 1974. Visto pela última vez amarrado a bordo de um helicóptero do exército, é dado como desaparecido político.
* Antônio Carlos Monteiro Teixeira (Antônio da Dina) - Geólogo baiano e militante do PCdoB, marido de 'Dina' - de quem se separou durante a guerrilha - chegou ao Araguaia em 1970 e integrou-se ao destacamento C. Conhecedor da mata, era o instrutor de orientação na selva dos militantes recém chegados à região. Morto em combate em 21 de setembro de 1972, na primeira fase das operações anti-guerrilha.
* Jana Moroni (Regina) - cearense, ex-estudante de biologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro, chegou ao Araguaia em abril de 1971, com apenas 21 anos. Trabalhou como professora primária e agricultora. Casou-se na guerrilha com Nelson Piauhy (Nelito), dava aulas de tiro e fez parte do Destacamento A. Oficialmente desaparecida em 2 de janeiro de 1974 junto com mais dois guerrilheiros, foi vista presa e ferida na base militar em Bacaba.
* Áurea Valadão (Elisa) - Ex-estudante de Física da UFRJ, foi para a guerrilha com o marido Arildo Valadão em 1970, integrando o destacamento C. Aprisionada por mateiros a serviço dos militares no começo de 1974, doente, faminta e em farrapos, sua morte consta em relatório da Marinha como 13 de junho de 1974. É dada como desaparecida política.
* Arildo Valadão (Ari) - Ex-estudante de Física da UFRJ, onde conheceu a mulher, Áurea, chegou ao Araguaia em 1970 com a mulher, integrando o destacamento C. Foi assassinado e decapitado por um mateiro amigos dos guerrilheiros que se passou para o lado dos militares, em 23 de outubro de 1973. Seu corpo nunca foi encontrado.
* Carlos Danielli (Antonio) - Integrante do quadro dirigente do PCdoB, fazia a ligação entre a área rural e urbana do partido. Morreu sob torturas ao ser preso na OBAN em São Paulo, em 31 de dezembro de 1972.
* Paulo Mendes Rodrigues (Paulo) - Economista e comandante do destacamento C, morreu em combate no dia de Natal de 1973 junto com o comandante geral da guerrilha, Maurício Grabois. Seu corpo nunca foi encontrado.
* José Humberto Bronca (Zeca Fogoió) - Ex-mecânico de aviões da VARIG no Rio Grande do Sul, foi um dos militantes do PCdoB enviado para treinamento de guerrilha na Academia Militar de Pequim. Chegou ao Araguaia em 1969, onde foi o vice-comandante do destacamento B e depois integrante da Comissão Militar da guerrilha. Último integrante da CM a ser preso, delatado por um camponês a quem pediu ajuda, subnutrido e cheio de ulcerações provocadas por picadas de mosquitos, foi executado e dado como desaparecido em março de 1974.
* Kleber Lemos da Silva (Carlito) - economista carioca, integrou o destacamento B. Emboscado com primeiro grupo a ser desbaratado pelas tropas do exército, pediu aos companheiros que o deixassem durante a fuga, impedido de caminhar por uma fístula de Leishmaniose na perna. Delatado por um camponês, foi preso pelos fuzileiros navais 26 de junho de 1972 e executado três dias depois. Seu cadáver foi fotografado e a foto divulgada anos depois. Seu corpo nunca foi encontrado e é dado como desaparecido.
* Daniel Callado (Doca) - operário fluminense formado pelo SENAI, chegou ao Araguaia depois de morar em Rondonópolis, no Mato Grosso, onde era lanterneiro e craque do time de futebol da cidade. Fez parte do Destacamento C da guerrilha, que foi disperso pelos ataques militares em dezembro de 1973. Visto por moradores da região no começo de 1974, preso na base militar de Xambioá, onde era torturado a socos e pontapés por soldados comandados pelo Major Curió, desapareceu e seu corpo nunca foi encontrado. O relatório da Marinha registra sua morte como em 28 de junho de 1974.
* Guilherme Lund (Luis) - carioca, formado pelo Colégio Militar e ex-estudante de arquitetura da UFRJ, no Araguaia integrou a segurança da Comissão Militar da guerrilha. Foi morto em combate contra tropas do exército com mais quatro guerrilheiros, incluindo o comandante geral Mauricio Grabois, no dia de Natal de 1973.
* Maria Célia Correa (Rosa) - carioca, bancária e ex-estudante de Filosofia da UFRJ, chegou ao Araguaia em 1971 para se encontrar com o noivo, 'Paulo Paquetá' (que desertou sozinho da guerrilha em 73). Integrante do Destacamento A, perdeu-se da organização da guerrilha após combate em 2 de janeiro de 1974. Presa por um camponês quando procurava ajuda, foi entregue aos militares da base de Bacaba. Transportada de helicóptero para a mata depois de presa, foi metralhada com mais dois guerrilheiros. É dada como desaparecida.
* Regilena da Silva Carvalho (Lena) - mulher de Lúcio Petit, o mais velho da trinca de irmãos guerrilheiros, abandonou a guerrilha em 1972. Ferida, com os pés infeccionados e de muletas entregou-se aos pára-quedistas. Presa em Xambioá e transportada para Brasília, foi solta em dezembro de 1972, após mandar mensagem ao companheiros pedindo que se rendessem.
* Lúcia Regina Martins (Lúcia) - ex-estudante de obstetrícia da USP, chegou ao Araguaia acompanhando o marido Lúcio Petit. Desiludida com a guerrilha e o casamento, deixou a região grávida, em lombo de burro, para tratar de uma curetagem mal feita num hospital de Anápolis. Fugiu do hospital em dezembro de 1971, ainda antes da primeira ofensiva militar, voltando a São Paulo para viver com a família e recusando-se a voltar ao Araguaia. Só foi presa em 1974, quando a guerrilha já estava aniquilada. Foi acusada por Elza Monnerat de ter contado aos militares sobre a guerrilha, permitindo que ela fosse descoberta. Vive em Taubaté, SP.
* Antônio de Pádua Costa (Piauí) - ex-estudante de astronomia na UFRJ, entrou na clandestinidade após ser preso no XXX Congresso da UNE, em Ibiúna, 1968. Na guerrilha, atuou como sub-comandante do destacamento A e comandante depois da morte de André Grabois. Após o confronto armado entre guerrilheiros e militares de 14 de janeiro de 1974, ele desapareceu junto com mais dois guerrilheiros. Mais tarde, foi preso na casa de um camponês que o traiu e obrigado a passar semanas guiando batedores do exército nas matas, até possiveis esconderijos de armas e mantimentos dos guerrilheiros. Executado após perder a utilidade, seu corpo nunca foi encontrado.
* Divino Ferreira de Sousa (Nunes) - guerrilheiro com treinamento militar naChina, foi um dos primeiros no Araguaia e integrou o Destacamento A. Ferido no tiroteio que matou outros três guerrilheiros em 14 de outubro de 1973, foi levado à Casa Azul, base militar dirigida pelo Major Curió no Araguaia, e executado.
* Elmo Correa (Lourival) - ex-estudante da Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, cursou até o 3ª ano e participava do movimento estudantil. Chegou ao Araguaia com a mulher Telma Regina Correia (Lia) em 1971, e mais tarde a irmã, Maria Célia Correa, (Rosa) juntou-se a eles. Desaparecido da guerrilha após o ataque de Natal de 1973, foi morto na localidade de Carrapicho, segundo testemunhos de locais, no dia 14 de maio de 1974, segundo relatório da Marinha.
* Tobias Pereira Junior (Josias) - ex-estudante carioca da Universidade Federal Fluminense, integrou o destacamento C da guerrilha. Entregou-se no fim de 1973 e passou semanas acompanhando os militares na localização de esconderijos de armas, munições e mantimentos. Desenhou mapas de localização e reconheceu fotografias. Mesmo auxiliando os militares depois de preso e torturado, foi assassinado em 14 de fevereiro de 1974.
* Gilberto Olímpio Maria (Pedro) - jornalista e genro de Maurício Grabois, chegou à região no fim da decada de 60 e morreu em combate junto com o sogro, no Natal de dezembro de 1973, durante encontro com patrulhas militares.
* Antonio Guilherme Ribas (Ferreira) - ex-presidente da UPES (União Paulista de Estudantes Secundaristas), foi preso no XXX Congresso da UNE, em 1968, e cumpriu um ano e meio de prisão. Depois de solto, viveu alguns meses clandestino na Baixada Fluminense com José Genoíno e dali foi para o Araguaia. Integrante do destacamento B comandado por Osvaldão, foi morto em novembro de 1973, durante a última campanha militar na região. Seu corpo nunca foi encontrado e é dado como desaparecido político.
* Rodolfo Troiano (Mané) - ex-estudante secundarista mineiro, filiado ao PCdoB, foi preso por participar de manifestações estudantis em 1969, cumprindo pena em Juiz de Fora. Depois de solto, em1971 foi para o Araguaia e integrou o destacamento A da guerrilha. Morto em 12 de janeiro de 1974 segundo a Marinha, executado após ser preso, seu corpo nunca foi encontrado.
* Pedro Alexandrino de Oliveira (Peri) - Bancário mineiro, integrante do destacamento B. Morto com um tiro na cabeça em agosto de 1974, após ser encontrado sozinho na selva. Seu corpo foi transportado de helicóptero para a base de Xambioá, onde foi chutado e cuspido pelos soldados, o que causou a intervenção de um oficial da FAB ordenando que o inimigo fosse respeitado.
* Telma Regina Correia (Lia) - ex-estudante de geografia da Universidade Federal Fluminense (UFF), de node foi expulsa em 1968 por sua atividades políticas, foi para a região do Araguaia em 1971, juntamente com seu marido Elmo Corrêa, e integrou o destacamento B. Foi presa e desapareceu em janeiro de 1974.
* Luis Renê Silveira (Duda) - carioca e ex-estudante de medicina, chegou ao Araguaia com apenas 19 anos. Preso com a perna quebrada por tiro perto da base de Bacaba, desapareceu no início de 1974.
* Walkiria Afonso da Costa (Walk) - ex-estudante de Pedagogia na Universidade Federal de Minas Gerais, integrou o destacamento B e foi a última guerrilheira morta, fuzilada após ser capturada, em outubro de 1974. Sua morte encerrou a Guerrilha do Araguaia.
* Vandick Raidner Coqueiro (João Goiano) - ex-estudante de economia baiano, chegou ao Araguaia com a mulher Dinaelza Coqueiro, a guerrilheira 'Mariadina'. Integrante do Destacamento B, foi o penúltimo guerrilheiro preso e executado pelo exército, em setembro de 1974.
* José Piauhy Dourado (Ivo) - ex-estudante da Escola Técnica Federal da Bahia, era fotógrafo em Salvador até entrar na clandestinidade, junto com o irmão, Nélson. Combatente do destacamento C, não foi mais visto pelos guerrilheiros a partir de dezembro de 1973. Relatório sigiloso da Marinha registrou sua morte em 24 de janeiro de 1974. Seu corpo nunca foi encontrado.
* Cilon Brum (Simão) - Também conhecido como 'Comprido', era um ex-estudante de Economia da PUC-RS. Presidente do DCE da universidade, chegou ao Araguaia fugindo da repressão política. Não foi mais visto pelos companheiros depois de dezembro de 1973 e foi visto preso por mais de dois meses numa base militar na região de Brejo Grande. Dado oficialmente como desparecido, anos depois, foram descobertas e publicadas fotografias que mostravam 'Simão' preso, escoltado por militares, em algum lugar da mata do Araguaia, comprovando que morreu sob custódia de tropas federais. Seu corpo nunca foi encontrado.
* Rioko Kayano - militante do PCdoB, levada ao Pará por Elza Monnerat, não chegou a se juntar à guerrilha, sendo presa na pensão de Marabá onde aguardava transporte para a zona de conflito, em 15 de abril de 1972. Na prisão, começou a namorar José Genoino com quem é casada e tem três filhos.
* Pedro Albuquerque Neto - ex-militante do movimento estudantil cearense preso no Congresso da UNE em Ibiúna em 1968, chegou no Araguaia com a mulher em fevereiro de 1971. Fugiu da guerrilha em junho do mesmo ano, acompanhando a mulher que não aguentava mais as condições de vida da selva. Foi sua prisão em Fortaleza e posterior tortura, que se imagina deu aos militares o primeiro conhecimento da existência da Guerrilha do Araguaia.
* João Carlos Wisnesky (Paulo Paquetá) - ex-estudante de medicina da UFRJ, desertou da guerrilha em 1973, deixando a companheira 'Rosa'. Descoberto muitos anos depois trabalhando como médico em Niterói, não fala da guerrilha.
* Danilo Carneiro (Nilo) - Primeiro guerrilheiro preso, em abril de 1972, nas proximidades da Transamazônica quando cumpria missão de mensageiro da Comissão Militar, foi preso e torturado com golpes de fuzil, estocadas de baioneta e, arrastado por um jipe, ficou com metade do corpo em carne viva. Solto após um ano e meio de prisão, passou por 30 cirurgias para recuperar os danos da tortura. Vive em Florianópolis.
* Manuel José Nurchis (Gil) - ex-operário paulista, integrou o Destacamento B de Osvaldão e foi morto em combate em 30 de setembro de 1972, junto com João Carlos Haas Sobrinho e Ciro Flávio Salazar. Seu corpo nunca foi encontrado.
* Dower Cavalcanti (Domingos) - aprisionado ferido após a emboscada que matou Bergson Gurjão em junho de 1972, foi torturado com choques, pau-de-arara e simulação de afogamento depois de levado para Brasília. Ficou preso até 1977. Após reconquistar a liberdade, formou-se em medicina em Fortaleza e trabalhou no Ministério da Saúde. Morreu ao 41 anos, em 1992, de ataque cardíaco.
* Dagoberto Alves da Costa (Miguel) - Integrante do Destacamento C, foi preso apenas 52 dias depois de chegar o Araguaia e passou um ano e meio na cadeia. Hoje é psicólogo e vive em Recife.
* Uirassu de Assis Batista (Valdir) - estudante baiano, integrante do movimento secundarista e perseguido por sua atuação política, foi para o Araguaia e integrou-se ao Destacamento A. Preso com mais dois guerrilheiros no inicio de 1974, foi visto na base de Xambioá, algemado e mancando com a perna coberta por uma leishmaniose, sendo levado em direção a um helicóptero do exército. Desapareceu e seu corpo nunca foi encontrado.
* Pedro Matias de Oliveira (Pedro Carretel) - posseiro do Araguaia que se juntou aos guerrilheiros, teve o último contato em 2 de janeiro de 1974. Foi visto amarrado numa base militar sendo levado para a mata. É dado como desaparecido político.
* Rosalindo de Sousa (Mundico) - advogado baiano, chegou ao Araguaia em 1971 e era famoso na região pelos cordéis que fazia. Foi fuzilado pelos guerrilheiros após um julgamento por um 'tribunal revolucionário' dentro da mata, que o condenou por 'traição ideológica' e adultério.
* João Qualatroni (Zebão) - ex-militante do movimento estudantil secundarista do Espírito Santo, integrou-se ao Destacamento A da guerrilha. Morreu em combate em 13 de outubro de 1973, aos 23 anos, vítima de uma emboscada junto com André Grabois e mais dois guerrilheiros.
* Batista - caboclo morador do Araguaia que se juntou aos guerrilheiros durante os combates, nunca se soube muito sobre ele. Desapareceu no início de 1974, após ser preso junto com a ex-professora e guerrilheira Áurea Valadão.
* Lourival Paulino – barqueiro da região ligado aos guerrilheiros, acusado pelos militares de informante e de dar apoio logístico à guerrilha, foi preso e torturado pelo exército em 1972. Três dias depois de entrar arrastado na delegacia de Xambioá, sua morte foi anunciada como suicídio. Seu corpo nunca foi encontrado.
* Antonio Alfredo de Lima (Alfredo) - Paraense morador do Araguaia,entrou para a guerrilha após ser ameaçado por grileiro da região. Aprendeu a ler e escrever com os companheiros e ensinou-lhes táticas de orientação e sobrevivência na selva. Morreu em combate com mais três guerrilheiros em 14 de outubro de 1973. Dado como desaparecido.
* Antonio Ferreira Pinto (Antonio Alfaiate) -
* Antônio de Pádua Costa (Piauí)´-
* José Toledo de Oliveira (Vitor) -
* Idalísio Soares (Aparício) -
* Helio Luiz Navarro (Edinho) -
* Nelson Piauhy Dourado (Nelito) -
* Custódio Saraiva Neto (Lauro) -
* Antonio Teodoro (Raul) -
* Ciro Flávio Salazar (Flávio) -
* José Maurílio Patricio (Manuel do B) -
* Paulo Roberto Marques (Amauri) -
* Miguel Pereira dos Santos (Cazuza) -

FONTE- http://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_guerrilheiros_do_Araguaia

23 março 2011

O stresse Policial e Suas Consequências

O estresse policial e suas consequências


Na última sexta-feira, a imagem de um policial militar de Joinville-SC, tirando a farda em via pública, foi matéria veiculada em toda a mídia nacional. Muitas pessoas acharam graça, porém a cena é triste. E provavelmente tenha sido resultado do estresse policial.

Não é difícil constatarmos que o trabalho policial é uma das profissões mais estressantes que existem. Além de sua própria natureza, os baixos salários e as inadequadas condições de trabalho colaboram para este quadro. É extremamente comum encontrarmos nas delegacias de polícia funcionários que sofrem de depressão, síndrome do pânico, crises de ansiedade aguda e transtorno bipolar. Acredito que na Polícia Militar a realidade não seja diferente.

Alguns policiais, apesar de todos os sintomas de transtornos psiquiátricos, desconhecem serem portadores de algum distúrbio. Acreditam ser apenas cansaço, desânimo ou estresse. Outros, mesmo sabendo que estão doentes, recusam-se a procurar um psicólogo, temendo serem vítimas de piadas dos próprios colegas ou chefia - como se o servidor estivesse usando uma desculpa para não trabalhar. Ainda, há aqueles que se recusam a afastar-se do serviço por causa do salário, que poderá ser reduzido em até um terço devido às famigeradas horas extras.

Em 2008, o deputado federal Dr. Talmir (PV-SP) apresentou o Projeto de Lei n. 3405/08, que estabelece a obrigatoriedade do Estado em oferecer exames psicológicos periódicos a policiais e agentes penitenciários. O projeto, apresentado naquele ano, até hoje se arrasta na Câmara dos Deputados.

É absolutamente necessário e urgente que seja dada uma atenção especial a este tipo de caso, através de medidas preventivas, ainda mais considerando o perigo que representa à sociedade - e ao próprio policial - um indivíduo mentalmente doente portando arma de fogo.

FONTE
Rubens Almeida Passos de Freitas
Delegado de Polícia - DP de Rio Negrinho

Ler mais: http://policialbr.ning.com/profiles/blogs/o-estresse-policial-e-suas#ixzz1HRBqiZjw

http://policialbr.ning.com/profiles/blog/list?user=33egwjj1kxwo7

22 março 2011

Vitima de assalto reage e mata assaltante dentro de casa e é preso

Ele foi preso em flagrante por homicídio; outro assaltante está ferido gravemente

Um assalto a uma residência no Jardim Tropical, em Cuiabá, na noite de ontem (11), terminou com um assaltante morto, outro preso e o dono da casa autuado em flagrante. Tudo porque o proprietário, campeão regional de tiros, Mário Henrique Roversi, 19, reagiu e atirou quatro vezes contra os bandidos.

O adolescente Denis da Silva Barros, 16, morreu com um tiro de revólver calibre 45 e seu cúmplice Sérgio Felipe Moraes de Arruda, 23, ficou gravemente ferido.

Segundo Mário, que utiliza a arma para competições de tiros, pois é desportista registrado, ele e a família chegavam de carro e, assim que abriram o portão para entrar, foram rendidos pelos assaltantes.

Os ladrões levaram as vítimas para a cozinha e, depois, para um quarto, justamente onde o desportista guardava o revólver calibre 45. Assim que os bandidos abriram a porta, ele conseguiu pegar a arma e atirou quatro vezes, matando o adolescente e ferindo gravemente o cúmplice, que está internado no Pronto-Socorro de Cuiabá (PSC).

Mário foi preso em flagrante por homicídio seguido de tentativa e Felipe, autuado por roubo e porte ilegal de arma. Com o assaltante, policiais militares apreenderam um revólver 38 e uma sacola com vários pertences das vítimas.

FONTE.http://www.midianews.com.br/?pg=noticias&cat=3&idnot=44432

18 março 2011

QUER VER O JORNAL DO DIA QUE VOCÊ NASCEU?

NÃO APENAS A CAPA, MAS O JORNAL INTEIRO.
VOCÊ PODE AUMENTAR A PÁGINA, FOLHEAR O JORNAL E ATÉ IMPRIMIR.
Eu adorei saber como tava o mundo em 01/05/1968

O EXTINTO JORNAL DO BRASIL FOI O ÚNICO JORNAL BRASILEIRO A SER TODO DISPONIBILIZADO NA INTERNET.

http://news.google.com/newspapers?nid=0qX8s2k1IRwC&dat=19920614...
Boa Leitura

O FIM DE UM CAGÜETE

Navegando na Net a pouco e depos de ver os posts do TWITTER me deparei com esta historia.
O fim de um caguete

Bateu sujeira na sombra do Alvinho e toda a cana saiu na sua captura. Sem outro jeito, ele teve que se arrancar do seu pedaço. Foi se mocozar nas encolhas de um parceiro de fé, o Vado, ponta-firme. E era daí que, de noite, se mandava pra estarrar os loques e defender seu lado, porque a situação estava encardida e não dava pé deixar tudo por conta do companheirinho.
Com essas e outras, podia levar a barca até pegar uma estia e sua barra ficar mais leve. Acontece, porém, que o cupim andava roendo o seu peito e a caixa de catarro, falhando. Vontade de tuberculoso é broca. E o Alvinho queria. Como queria! Dia e noite, só tinha vontade da Madalena, uma cabrocha de alta linha, que não deu pra ele carregar na hora do pinote. No que fez mal. Ela, longe, era carga mais pesada. Durante as horas em que ficava enfurnado, sem poder botar a fuça na rua, só pensava nela. Por mais que se esforçasse, não tirava a mina da cuca. Era uma zorra. Um troço de abilolar.
Numa noite, depois de arroxar uma farmácia, de onde, além da grana, afanou umas bolinhas, se chapou e não se agüentou. Anunciou pro Vado:
-Meu bom, num tou podendo comigo. Vou ver a Madalena.
O cupincha, que estava por dentro das quizilas, se espantou e quis cortar a onda:
-Guenta aí! Tu vai dar sopa pro azar por que? Os homens sabem da tua gamação na Madalena. Eles tão só aí na campana. De botucas ligadas no barraco dela. Se tu pia lá, eles te ganham fácil.
Pro Alvinho, aquele papo era do cacete. Sabia que tudo que o Vado falou era positivo. Mas, estava encabreirado. Ardido por dentro. Andou de bobeira de um canto pro outro do mocó. Botou tudo na balança. Ficar enrustido ali era o mesmo que estar na cela. E a Madalena era sua gama de pedra. Valia o risco. Cismou e selou:
-Vou sim.
Afirmou com a força de quem sabe querer. O parceiro sentiu o lance. Só chiou por chiar:
-Se tu quer mulher, eu dou uma banda por aí e trago duas pistoleiras pra gente. Não precisa tu ficar dando carga à toa.
Esse plá até atucanou o vagau, que estrilou:
-Que mulher, poxa? Eu só quero é a Madalena! E tchau mesmo.
Botou o pé no mundaréu e deixou o Vado falando sozinho. Atracou na Favela do Buraco da Lacraia de madrugada. Estava tudo em silêncio. O Alvinho espiou os caminhos e se tocou que estavam todos livres. Nem um tira, nem um cachorrinho estava de plantão. Avançou se esgueirando entre os barracos. Não teve escama. Chegou fácil à morada da Madalena. Bateu de leve, que não estava a fim de escarcéu. Nesse momento, um vulto apareceu no fundo do beco. O Alvinho se ouriçou. Mediu a distância e viu que, se a figura fosse da lei, não tinha escapatória. Não dava pra correr. O jeito era encarar. Levou a mão na arma. Mas, teve um breque. O vulto que vinha se aproximando manjou o movimento e o reconheceu. Maneirou:
-Que é que há, Alvinho? Vai me estranhar?
O alô relaxou o salseiro. Pro Alvinho, foi o alívio. Neste instante, a Madalena abriu a janela, se assustou de ver ele ali. Fez dengo antes de abrir a porta. E o Alvinho não quis saber direito quem tinha cruzado com ele. Se era chapa ao ponto de reconhecê-lo no escuro, estava legal. O resto era só com a Madalena. E não deu outra coisa. Matou a saudade.
Os primeiros raios de sol iluminavam a favela, quando a gronga se deu. No meio do seu sono satisfeito, o Alvinho foi despertado por um berro:
-É cana, Alvinho! Tu tá cercado. Se sair legal, ninguém vai te esculachar. Se aprontar, a gente te dança. Tu tem um tempo pra escolher.
Foi broca. A Madalena se botou a rezar. O Alvinho estava feliz. Todo satisfeito. Depois de tanto amor, não queria guerra. Queria paz pra poder Ter sempre a sua Madalena. E estava disposto a pagar por tudo. Virou pra mina e pediu:
-Tu vai me ver? Tu me espera?
Ela olhou nos olhos dele e estava jurado. Não precisa palavra entre os amantes que se amam. E então o Alvinho iniciou o trato:
-Quem tá aí no mando?
Um tira jovem, meio afobado, doido pra mostrar valentia, era o mais próximo e foi quem engrenou o papo:
-É o Doutor Diogo.
O Doutor Diogo era manjado pelos bandidos. Não era bronqueado. Só cumpria seu papel. Não dava pancada à toa, nem desmoralizava valente nenhum. Prendia do jeito que desse. Quem se rendia pra ele, não penava. Aquilo era bom pro Alvinho. Ele avisou:
-Tá legal! Vou sair.
Porém, aí, uma idéia de jerico lhe bateu na cachola. Jogou verde:
-Vou sair manso. Só que tem um negócio. Quero saber quem me dedou.
Deu certo. O tira jovem deu mancada. Sem pensar, deu a ficha:
-Foi o Tisiu.
Como resposta, o Alvinho jogou a arma pela janela. Ainda escutou o Doutor Diogo bronquear:
-Tá falando muito. Quem te mandou cantar a bola?
Mas, isso não interessava pro Alvinho. Ele beijou a Madalena. E, já saindo disse:
-O Tisiu é quem me viu entrar aqui. Deixa ele.
Sem mais assunto o Alvinho se largou na mão dos tiras. Eles, sem perder tempo, meteram as argolas no bandido e o levaram pelos becos da favela, rumo ao carro que estava parado em frente a uma padaria. E na porta da padaria, assim como quem não quer nada, o Tisiu sapeava o lance. O Alvinho tirou ele na pinta. O crioulo desviou o olhar. Mas, teve que escutar uma promessa:
-Tá legal, Tisiu. Tá legal. Agora, tu se lembra que tem sempre um dia atras do outro.
Nas quebradas do mundaréu, até as pedras se encontram. E quem não tem roda larga, acaba sempre comendo capim pela raiz. Um dia, o Tisiu se estrepou. Estava devendo pros homens e entrou em pua. Fez uma mixórdia. Chorou, implorou, pediu pelo amor de Deus pra não meterem ele no mesmo pavilhão que o Alvinho. Conseguiu. Mas, logo o outro soube da entrada do caguete e daí pra frente perdeu o sossego. Passava o tempo todo tramando um jeito de apanhar o Tisiu. Até que veio a vez. Os bonzões do presídio armaram uma treta cavernosa. Rebuliço geral pra, no meio da confusa, ganharem fuga. O Alvinho topou de primeira. E a catimba se deu. Rolo grosso. A curriola toda querendo ganhar a rua. Só o Alvinho não queria se mandar. Seu acerto era com o Tisiu. Foi pra decisão. Varou grade, parede, bala e tal e coisa. Passou pro pavilhão em que estava o caguete. Deu congesta no carcereiro, pegou as chaves e invadiu a cela do Tisiu. Se plantou na frente do rato e puxou uma navalha. O crioulo se jogou de joelhos e implorou:
-Tem pena de mim, Alvinho. Eu não te sacaneei por gosto. Os homens me apertaram. Te juro por essa luz que me ilumina.
Foi a última vez que o Tisiu falou na desgraçada da vida. Hoje, quem for à Favela do Buraco da Lacraia e passar perto das malocas vai ver, parado na porta de uma padaria, esmolando, a triste figura de um crioulo sem língua.

FONTE. www.bethynha.com.br/caguete.htm

ASSEPSIA ! -- VC SABE O QUE É ISSO?

ASSEPSIA ! -- VC SABE O QUE É ISSO?



Aconteceu em Cingapura:

Um Militar, com mão de ferro, assumiu o comando do país.
Em seis meses, dos cerca de 500 mil presidiários sobraram somente 50.
Todos os outros (criminosos confessos) foram fuzilados.
Todo homem público (político, policial, etc) corrupto foi fuzilado (Existiam milhares de provas contra eles).

Todos os empresários ladrões foram fuzilados ou fugiram rapido do país.
Aquela multidão de drogados que ficavam dormindo nas ruas, fugiram desesperados para a Malásia, para não terem que trabalhar ou seriam fuzilados.

Tinha uma mensagem de televisão onde o novo governo avisava que o país estava com câncer e que a única solução era extirpá-lo.
Tipo, se algum parente seu foi extirpado, compreenda, ele era um câncer para a nação.

De pois de ter feito toda a limpeza no país, reorganizado o sistema político, judiciário e penal, esse militar convocou eleições diretas e se candidatou para presidente.

Venceu as eleições com 100% dos votos.

Hoje, Cingapura é um dos paises mais seguros de se morar. E um dos mais desenvolvidos, e mais seguros que os Arrogantes Estados Unidos, Inglaterra, ou Israel.

Já no avião, a ficha de desembarque tem um "DEAD" (morte) bem
grande em vermelho e a explicação da penalidade sobre o porte
de drogas. Qualquer droga.

Com zero virgula nada de cocaína encontrada, o sujeito ou é sumariamente fuzilado, ou é condenado a prisão perpétua com trabalhos forçados.

Um surfista brasileiro, tentou entrar em Cingapura com uma prancha de surf recheada de cocaína. Óbvio que ele traçou a sua própria morte.
E a mãe do jovem traficante apareceu na TV pedindo para o Lula interceder pelo filho, não adiantou nada. Nem mãe, nem Lula, nem protestos evitaram o cumprimento da lei.

Nos hoteis, os "Guias da Cidade" tem uma página explicando que a polícia de Cingapura garante a integridade física de qualquer mulher 24 horas por dia (isso porque na antiga Cingapura, sem lei e ordem, as mulheres que saíam sozinhas eram estupradas e ou mortas).
O chiclete é proibido em Cingapura, pelo simples fato de que, se jogados no chão sujam as calçadas da cidade. Distribuir panfletos, sem chance.
Só em lojas e não devem ser entregues as pessoas, que, se os quiserem pega-os em uma gôndola ou suporte. Jogar no chão então... dá multa cara.

Ano retrasado, a secretária local de um amigo, que estava fazendo um trabalho por lá, foi seguida pela polícia desde sua casa até o trabalho.

Quando chegou no trabalho ligou a seta do carro para entrar no prédio, a polícia deu-lhe sinal para que ela parasse.

Um dos polic iais veio até a janela do seu carro e disse: "Como a Sra. sabe, estamos fazendo uma campanha de civilidade no trânsito. Multando os infratores e dando bônus a quem dirige corretamente. E a Sra., em todo o trajeto da sua
casa até aqui, não cometeu nenhuma infração. Parabéns! Aqui está um cheque de 100 dólares cingapurianos (equivalente a cerca de R$ 128,00) e pediria para a Sra. assinar o recibo, por favor.

Sabem de uma coisa?
O BRASIL tem solução..... mas eu acho que
a população não vai chegar a 20 mil habitantes!
Fonte Policiais e Bombeiros do Brasil

http://policialbr.ning.com/opensocial/ningapps/show?appUrl=http%3A%2F%2Fslinkning.com%2Fspec.xml%3Fning-app-status%3Dnetwork&owner=03ulz31gntyhg

14 março 2011

POETA MANOEL DE BARROS

MANOEL DE BARROS: POEMAS, POESIA, ANÁLISE CRÍTICA, BIOGRAFIA, BIBLIOGRAFIA













sb: série poetas


MANOEL DE BARROS

"Na Natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma."
Antoine-Laurent de Lavoisier


"Sabemos nós que poesia mexe com palavras e não com
paisagens. Por isso não sou poeta pantaneiro, nem ecológico.
Meu trabalho é verbal. Eu tenho o desejo, portanto, de mudar
a feição da natureza, pelo encantamento verbal."
Manoel de Barros


Manoel Wenceslau Leite de Barros (Cuiabá, Brasil, 19 de Dezembro de 1916) é o que se poderia chamar de alma humana inevitável, clarividente no corpo fisicamente espiritual como se tudo tivesse visto antes de vir ao mundo. E que visão feliz é esta? O poeta do Pantanal escuda-se na simples dicotomia entre coisificação do homem e humanização da coisa, fixando no seu solo tais premissas, permitindo-se alterar a substância natural e a partir daí reconstruir, dar vida (no caso das coisas, muitas delas objectos próximos da inutilidade, ou desutilidade como ele próprio diria), retirar vida ou colocá-la lado a lado com as restantes coisas (no caso do homem). Por isso, está claro que é uma poesia directamente literal (do ponto de vista linguístico), sendo que porém a literalidade é uma literalidade diferida, resolvidos os pressupostos iniciais. Nos poemas há como que um reequilíbrio do mundo, do peso das coisas, da importância das pessoas umas face às outras; há uma comunicabilidade entre todos os elementos do mundo, a que não é alheio, talvez, o facto de Manoel de Barros ter nascido à beira do Rio Cuiabá, ter vivido em Campo Grande, onde foi fazendeiro e criador de gado. Esse contacto com a natureza fê-lo buscar incessantemente a génese, os pontos mínimos, os inícios de sociedade, os primeiros olhares em direcção à realidade, passando a ter, na sua poesia, o Pantanal como pano de fundo.

Em Poemas Concebidos sem Pecado (livro ilustrado por Jorapimo) há uma busca pela essencialidade (“sob o canto do bate-num-quara nasceu Cebeludinho / bem diferente de Iracema / desandando pouquíssima poesia / e que desculpa a insuficiência do canto / mas explica a sua vida / que juro ser o essencial”), pela inocência de uma infância de traquinice, alegria e êxtase (são usuais as exclamações), e um certo deambulismo, contemplação e qualificação (“pela rua deserta atravessa um bêbado comprido / e oscilante / como bambu / assobiando”).
Em Compêndio para Uso dos Pássaros (também o nome da Poesia Reunida do autor, em Portugal, editado pelas extintas Edições Quasi) há um aprimoramento da metáfora, que é aberta e narrativa, um esforço maior de retirar as coisas do contexto natural e introduzi-las num outro, bem mais visceral (ex: “Jacaré comeu minha boca do lado de fora”; “ainda estavam verdes as estrelas / quando eles vinham / com seus cantos rorejados de lábios. / Os passarinhos se molhavam de / vermelho na manhã / e subiam por detrás de casa para me / espiarem no vidro”).

Na obra Gramática Expositiva do Chão, o autor adopta uma discursividade quase política tal a importância e o tratamento que dá às situações que retrata e poetifica. De modo a aumentar a intensidade do discurso, faz enumerações de objectos, alguns deles de uso pessoal, fazendo paralelismos entre realidades díspares, num discurso em que a harmonia final é eivada de compaixão, de esquecimentos parciais e de janelas abertas para um mundo retido no seu tempo e espaço.

Manoel de Barros acredita na superfície das coisas simples, na sua razão autónoma, aprofundando-lhes a estética, desdobrando-lhes a alma. Uma das características da sua obra é precisamente, e quanto a mim, este jogar com o superficial, sendo profundo; este jogar com os desnivelamentos dos elementos, mantendo-se verdadeiro e natural. O autor enquadra-se naquilo que ele chama de «vanguarda primitiva», virtude e dom pela fascinação e obsessão pelo primitivo, pelo elementar e selvagem. Mas há ainda um recriar deste natural. É um natural, eu diria, «infranatural», pois apropria-se dos elementos naturais e quase que lhes subverte a sua ordem mais irrepreensível.
Por outro lado, esta busca pelo primitivo não quer dizer que ele sempre busque o puro, a purificação, o ausentar-se dos problemas mundanos. É sim, como se tem vindo a dizer, a criação de um novo mundo moldado por uma certa reprodução de um passado, uma busca por um certo alheamento, um olhar diferente, muitas vezes remetido para a infância, vislumbrando-se nas entrelinhas o enorme contraste com o mundo dos nossos dias, de que Manoel de Barros também faz parte.
Assim, num dos poemas do livro Matéria de Poesia, ele faz o elogio à poesia, mas não, a meu ver, enquanto género literário. É mais do que isso. É a poesia enquanto vida, enquanto modo de vida (“todas as coisas cujos valores podem ser / disputados no cuspe à distância / servem para poesia”), enquanto (des)importância das coisas e busca pelo seu peso certo (“tudo aquilo que a nossa / civilização rejeita, pisa e mija em cima, serve para poesia”). Na obra vê-se um discurso dialogante. Os diálogos, principalmente na segunda parte do livro, dão-lhe vivacidade e dinamismo, a par com a pontuação expressiva (pontos de interrogação, exclamação e reticências).

Dá-se no poeta como que uma reciclagem dos materiais poéticos. E isto também se explica com o facto de ele tudo tratar como Coisa, até aquilo que de mais humano há. Tudo é aproveitável, porque transformável, fundível (quase que a máxima de Lavoisier se aqui aplica). Há linguagens que se atravessam e deixam o seu uso normal em ordem a experimentarem um outro. Ainda no mesmo livro, ilustrando isso, diz o poeta: “a cidade mancava de uma rua até certo ponto; depois os cupins a comiam”. Este entrecruzar de linguagens, normalmente dentro do contraste interno da mesma dicotomia homem/coisa, sendo dinâmico, ora com imagens, ora com metáforas (por vezes próximas da alegoria), serve para encurtar as distâncias entre tudo, apresentando, em minha opinião, uma consciência de vida em sociedade, na coesão de um grupo. E que sentido tudo isto faz vivendo o autor num país que tem atravessado toda espécie de problemas, a que ninguém é (ou pode ser) alheio.


Escrever é perpetuar um momento, verdadeiro ou não. Não escrever e sentir é respeitar a natureza (de passagem) do seu exército de músculos e civilizações de saudade. Diferente de gostar de escrever é apreciar sentir a língua invisível nas palavras quando surgem e se alojam num texto. Tudo isto se representaria num círculo que começaria em branco, apenas com o contorno a negro. O ponto central também estaria a negro e seria a fortaleza a que damos o nome de «sentir». Quando o acto começa, e as palavras surgem, o círculo começaria a colorir-se, de fora para dentro, com uma cor forte (podia ser vermelho). Com essa cor galopante dar-se-ia, ou não, a erosão da areia branca desse branco por colorir. A partir daí veríamos de que modo a fortaleza, o nosso ponto que indica o sentir, reagiria. Se se manteria inalterado esperando que o mar vermelho lhe tocasse, se sofreria com o efeito de arrastamento que o branco restante arrastado pela cor sofreria, se procuraria um outro círculo. Se o objectivo do acto fosse verdadeiro, a naturalidade do vermelho chegaria ao ponto negro, cobrindo todo o branco, o branco que representa o vazio. O ponto negro manter-se-ia inalterado naquele momento, deixando-se banhar a penumbra do bem-estar. Dentro desta minha imagem teórica, a poesia de Manoel de Barros surge como esta penumbra do bem-estar: o ponto negro no meio do círculo, com vermelho à volta. Há no autor, em função desta naturalidade, um escrever não escrevendo. Barros não faz da realidade e da escrita (com ficção ou sem ficção) realidades estanques. Ambas fazem parte do viver.

Poemas seleccionados de Manoel de Barros:
.
.
INFANTIL
.
O menino ia no mato
E a onça comeu ele.
Depois o caminhão passou por dentro do corpo do menino
E ele foi contar para a mãe.
A mãe disse: Mas se a onça comeu você, como é que
o caminhão passou por dentro do seu corpo?
É que o caminhão só passou renteando meu corpo
E eu desviei depressa.
Olha, mãe, eu só queria inventar uma poesia.
Eu não preciso de fazer razão.

Manoel de Barros
em Tratado geral das grandezas do ínfimo
.
.
UM SONGO
.
Aquele homem falava com as árvores e com as águas
ao jeito que namorasse.
Todos os dias
ele arrumava as tardes para os lírios dormirem.
Usava um velho regador para molhar todas as
manhãs os rios e as árvores da beira.
Dizia que era abençoado pelas rãs e pelos
pássaros.
A gente acreditava por alto.
Assistira certa vez um caracol vegetar-se
na pedra
mas não levou susto.
Porque estudara antes sobre os fósseis linguísticos
e nesses estudos encontrou muitas vezes caracóis
vegetados em pedras.
Era muito encontrável isso naquele tempo.
Até pedra criava rabo!
A natureza era inocente.

P.S:
Escrever em Absurdez faz causa para poesia
Eu falo e escrevo Absurdez.
Me sinto emancipado.

Manoel de Barros
Inédito


PARREEDE!
Quando eu estudava no colégio, interno,
Eu fazia pecado solitário.
Um padre me pegou fazendo.
- Corrumbá, no parrrede!
Meu castigo era ficar em pé defronte a uma parede e
decorar 50 linhas de um livro.
O padre me deu pra decorar o Sermão da Sexagésima
de Vieira.
- Decorrrar 50 linhas, o padre repetiu.
O que eu lera por antes naquele colégio eram romances
de aventura, mal traduzidos e que me davam tédio.
Ao ler e decorar 50 linhas da Sexagésima fiquei
embevecido.
E li o Sermão inteiro.
Meu Deus, agora eu precisava fazer mais pecado solitário!
E fiz de montão.
- Corumbá, no parrrede!
Era a glória.
Eu ia fascinado pra parede.
Desta vez o padre me deu o Sermão do Mandato.
Decorei e li o livro alcandorado.
Aprendi a gostar do equilíbrio sonoro das frases.
Gostar quase até do cheiro das letras.
Fiquei fraco de tanto cometer pecado solitário.
Ficar no parrrede era uma glória.
Tomei um vidro de fortificante e fiquei bom.
A esse tempo também eu aprendi a escutar o silêncio
das paredes.

Manoel de Barros
em Memórias Inventadas,
As infâncias de Manoel de Barros
.
.
APRENDIMENTOS

O filósofo Kierkegaard me ensinou que cultura é
o caminho que o homem percorre para se conhecer.
Sócrates fez o seu caminho de cultura e ao fim
falou que só sabia que não sabia de nada. Não tinha
as certezas científicas. Mas que aprendera coisas
di-menor com a natureza. Aprendeu que as folhas
das árvores servem para nos ensinar a cair sem
alardes. Disse que fosse ele caracol vegetado
sobre pedras, ele iria gostar. Iria certamente
aprender o idioma que as rãs falam com as águas
e ia conversar com as rãs. E gostasse mais de
ensinar que a exuberância maior está nos insetos
do que nas paisagens. Seu rosto tinha um lado de
ave. Por isso ele podia conhecer todos os pássaros
do mundo pelo coração de seus cantos. Estudara
nos livros demais. Porém aprendia melhor no ver,
no ouvir, no pegar, no provar e no cheirar. Chegou
por vezes de alcançar o sotaque das origens.
Se admirava de como um grilo sozinho, um só pequeno
grilo, podia desmontar os silêncios de uma noite!
Eu vivi antigamente com Sócrates, Platão, Aristóteles –
esse pessoal. Eles falavam nas aulas: Quem se
aproxima das origens se renova. Píndaro falava pra
mim que usava todos os fósseis linguísticos que
achava para renovar sua poesia. Os mestres pregavam
que o fascínio poético vem das raízes da fala.
Sócrates falava que as expressões mais eróticas
são donzelas. E que a Beleza se explica melhor
por não haver razão nenhuma nela. O que mais eu sei
sobre Sócrates é que ele viveu uma ascese de mosca.


Manoel de Barros
em Memórias Inventadas,
As infâncias de Manoel de Barros
.
.
ÁRVORE

Um passarinho pediu a meu irmão para ser a sua árvore.
Meu irmão aceitou de ser a árvore daquele passarinho.
No estágio de ser essa árvore, meu irmão aprendeu de
sol, de céu, e de lua mais do que na escola.
No estágio de ser árvore meu irmão aprendeu para santo
mais do que os padres lhes ensinavam no internato.
Aprendeu com a natureza o perfume de Deus.
Seu olho no estágio de ser árvore aprendeu melhor
o azul.
E descobriu que uma casca vazia de cigarra esquecida
no tronco das árvores só presta para poesia.
No estágio de ser árvore meu irmão descobriu que as
árvores são vaidosas.
Que justamente aquela árvore na qual meu irmão se
transformara, envaidecia-se quando era nomeada para
o entardecer dos pássaros.
E tinha ciúmes da brancura que os lírios deixavam nos
brejos. Meu irmão agradeceu a Deus aquela
permanência em árvore porque fez amizade com muitas
borboletas.

Manoel de Barros
em Ensaios Fotográficos

RETRATO QUASE APAGADO EM QUE SE PODE VER PERFEITAMENTE NADA

1.

Gravata de urubu não tem cor.
Fincando na sombra um prego ermo, ele nasce.
Luar em cima de casa exorta cachorro.
Em perna de mosca salobra as águas se cristalizam.
Besouros não ocupam asas para andar sobre fezes.
Poeta é um ente que lambe as palavras e depois se alucina.
No osso da fala dos loucos têm lírios.

3.

Tem 4 teorias de árvore que eu conheço.
Primeira: que arbusto de monturo agüenta mais formiga.
Segunda: que uma planta de borra produz frutos ardentes.
Terceira: nas plantas que vingam por rachaduras lavra um poder mais lúbrico de antros.
Quarta: que há nas árvores avulsas uma assimilação maior de horizontes.

7.

Uma chuva é íntima
Se o homem a vê de uma parede umedecida de moscas;
Se aparecem besouros nas folhagens;
Se as lagartixas se fixam nos espelhos;
Se as cigarras se perdem de amor pelas árvores;
E o escuro se umedeça em nosso corpo.

9.

Em passar sua vagínula sobre as pobres coisas do chão, a
lesma deixa risquinhos líquidos...
A lesma influi muito em meu desejo de gosmar sobre as
palavras
Neste coito com letras!
Na áspera secura de uma pedra a lesma esfrega-se
Na avidez de deserto que é a vida de uma pedra a lesma
escorre. . .
Ela fode a pedra.
Ela precisa desse deserto para viver.

11.

Que a palavra parede não seja símbolo
de obstáculos à liberdade
nem de desejos reprimidos
nem de proibições na infância,
etc. (essas coisas que acham os
reveladores de arcanos mentais)
Não.
Parede que me seduz é de tijolo, adobe
preposto ao abdomen de uma casa.
Eu tenho um gosto rasteiro de
ir por reentrâncias
baixar em rachaduras de paredes
por frinchas, por gretas - com lascívia de hera.
Sobre o tijolo ser um lábio cego.
Tal um verme que iluminasse.

12.

Seu França não presta pra nada -
Só pra tocar violão.
De beber água no chapéu as formigas já sabem quem ele é.
Não presta pra nada.
Mesmo que dizer:
- Povo que gosta de resto de sopa é mosca.
Disse que precisa de não ser ninguém toda vida.
De ser o nada desenvolvido.
E disse que o artista tem origem nesse ato suicida.

13.

Lugar em que há decadência.
Em que as casas começam a morrer e são habitadas por
morcegos.
Em que os capins lhes entram, aos homens, casas portas
a dentro.
Em que os capins lhes subam pernas acima, seres a
dentro.
Luares encontrarão só pedras mendigos cachorros.
Terrenos sitiados pelo abandono, apropriados à indigência.
Onde os homens terão a força da indigência.
E as ruínas darão frutos

Manoel de Barros
em O Guardador de Águas
.
.

Obra inclui:

* 1937 — Poemas concebidos sem pecado
* 1942 — Face imóvel
* 1956 — Poesias
* 1960 — Compêndio para uso dos pássaros
* 1966 — Gramática expositiva do chão
* 1974 — Matéria de poesia
* 1980 — Arranjos para assobio
* 1985 — Livro de pré-coisas
* 1989 — O guardador das águas
* 1990 — Gramática expositiva do chão: Poesia quase toda
* 1993 — Concerto a céu aberto para solos de aves
* 1993 — O livro das ignorãças
* 1996 — Livro sobre nada
* 1996 — Das Buch der Unwissenheiten - Edição da revista alemã Akzente
* 1998 — Retrato do artista quando coisa
* 2000 — Ensaios fotográficos
* 2000 — Exercícios de ser criança
* 2000 — Encantador de palavras - Edição portuguesa
* 2001 — O fazedor de amanhecer
* 2001 — Tratado geral das grandezas do ínfimo
* 2001 — Águas
* 2003 — Para encontrar o azul eu uso pássaros
* 2003 — Cantigas para um passarinho à toa
* 2003 — Les paroles sans limite - Edição francesa
* 2003 — Todo lo que no invento es falso - Antologia na Espanha
* 2004 — Poemas Rupestres
* 2005 — Riba del dessemblat. Antologia poètica — Edição catalã (2005, Lleonard Muntaner, Editor)
* 2005 — Memórias inventadas I
* 2006 — Memórias inventadas II
* 2007 — Memórias inventadas III
* 2010 — Menino do Mato
* 2010 — Poesias Completas